23 junho 2014

Olha o que Ele fez comigo

Era uma vez uma garota comum. Ela sorria, chorava, andava... Aparentemente uma menina normal, como qualquer outra. Com sonhos, planos e um futuro pela frente. Ela não sabia, mas desde que foi concebida no ventre de sua mãe, Deus a estava observando. Ele já havia traçado o seu destino, e antes mesmo que ela chegasse à luz, Ele já tinha escolhido aquela pequena para uma missão específica.

Bom, tudo começou de um namoro entre um rapaz e uma moça que haviam vivido histórias intensas antes que suas vidas se cruzassem. Ela, uma moça bonita e cheia de sonhos, mas que já havia apanhado um pouco da vida. Ele, um jovem rapaz desiludido. Ele achava que não seria feliz, estava com o coração ferido. Conheceram-se por acaso, e engataram um relacionamento. Mas não é sobre eles que eu quero falar.
Dessa história de amor, eis que surge uma gravidez. O casal então se mudou para o interior, onde a família do rapaz tinha uma propriedade. E decidiram se casar.
A pequena criança nasceu linda, forte e saudável. Ela não imaginava o que estava preparado para o seu futuro. Em meio a altos e baixos, ela foi crescendo, até entrar na escola.
Por ser muito inocente, sofria bullying constantemente. 

Como morava no interior, a escola era um pouco longe. A mãe a levava todos os dias, durante os dois primeiros anos. Essa garotinha não era uma menina comum. Não para Deus. E muito menos para satanás. Para Deus, ela seria uma arma. Para o reino das trevas, uma ameaça. Mas por que uma simples garotinha que só conhecia Jesus por nome seria uma ameaça para o diabo?
Bem, ela foi crescendo, e seus traumas e medos também. No meio daquela roça, dificilmente ela conheceria Jesus verdadeiramente. Sua família não conhecia a verdade do evangelho. Às vezes, iam à igreja local, por costume. Não tinham compromisso com o Reino. Mas no mundo espiritual, por algum motivo, aquela menina representava uma ameaça. Então, satanás tratava de atormentá-la com sentimentos diversos: medos, complexos de inferioridade, males sem explicação (que bem mais tarde, seriam diagnosticados como ansiedade e depressão). Ela vivia oprimida. Seu pai era um homem bravo e explosivo. Ela sentia medo dele. O amava pelo fato de ele ser seu pai, mas ao mesmo tempo, ele lhe causava medo. Quando ele ficava nervoso, seus olhos destilavam raiva. Causavam pavor em qualquer um, pois poderia se tornar um homem violento a qualquer momento, e todos temiam o que ele poderia fazer. Hoje se sabe que ele agia daquela forma por opressão do inimigo, pois ele é um homem muito bom, trabalhador e preocupado com a família.
A menina chegou à 8ª série, e estava com 13 anos. Era muito inteligente e tirava sempre boas notas. Nessa época, seu pai havia feito uma viagem ao exterior, na tentativa de pagar as dívidas que a família havia adquirido. (Ele também sonhava em dar uma vida melhor à esposa e às 3 filhas.)
Por causa das dívidas, a família inteira era mal vista por quase toda a vizinhança, além do avô da menina, que não era muito querido por ninguém. E esses eram fatores que também entristeciam muito a menina.
Nesse tempo que o pai passou fora do país (aproximadamente um ano), ela, a mãe e as irmãs passaram por altos e baixos junto aos demais familiares (não citei, mas nessa propriedade, viviam os avós paternos e um tio da menina. Eles não eram más pessoas, mas a convivência nem sempre era pacífica.).
A adolescente começou a sofrer mais ataques nesse período. Ela já conhecia um pouco da verdade, pois a família frequentou uma igreja evangélica por um tempo. Ela teve depressão acompanhada de ansiedade, que a deixava sem chão. Quase ficou reprovada por faltas, mas a escola na época associou as faltas da menina à ausência do pai, e não reprovaram ela, que passava mal com frequência, e os sintomas eram estranhos para ela. Por não conseguir explicar, se sentia ainda mais oprimida. Quando o pai retornou, ela deu uma melhorada. Durante o 1º ano do ensino médio, ela viveu uma vida normal. Mas aproximadamente na metade do 2º ano, as opressões voltaram com força total. Ela sentia um desespero inexplicável ao ver o ônibus escolar, chorava compulsivamente, e criou uma aversão ao ambiente escolar. Parou de estudar. Tentou ir a uma psicóloga, mas não obteve nenhum sucesso. Nesse mesmo ano, seus pais se mudaram para uma cidade vizinha, na tentativa de melhorar de vida. A menina já estava afundada na depressão, e também atormentada por seus efeitos, além da revolta do pai, que dizia que tudo aquilo era “frescura”, e ainda a criticava.

Seu pai tentou colocá-la de volta na escola, agora em outro ambiente, ele achou que ela poderia se adaptar. Mas sua tentativa foi frustrada em menos de uma semana. Três dias foram o bastante para que a menina se desesperasse mais uma vez. Aquele pesadelo parecia não ter fim! Ela também havia desenvolvido uma fobia social. Aglomeração de pessoas era para ela um inferno. Aquele problema parecia um abismo, onde ela só caía e não via uma solução.

Mas realmente o inferno estava presente em tudo isso. Aquela garota tinha um propósito! Ela não sabia, mas o inferno já trabalhava pesado para destruí-la, e contava até com o pai para oprimi-la.
Ela quis morrer. Desejou acabar com aquilo tudo, apesar de nunca ter tentado nada para se matar, felizmente. Ela perdeu as esperanças e expectativas em plena adolescência.
Depois de lutar muito com aquele problema, noites mal dormidas com falta de ar, enjoos constantes (decorrentes da ansiedade, sem motivo aparente), e todo tipo de motivos para querer morrer, uma médica receitou um remédio que foi em cima do problema! Com o auxílio daquele cloridrato de paroxetina, ela pôde seguir com sua vida. Ela voltou a viver, finalmente alguém havia entendido o seu problema. Depois de um ano e meio longe da escola, ela retornou e conseguiu concluir o ensino médio.
Na realidade, o remédio não foi o responsável pela melhora da menina. Pelo menos, não o único. Deus havia usado aquela médica para levar um pouco de esperança àquele coração tão aflito.

Muitas coisas aconteceram. Até que um câncer tirou a vida do seu avô. Seu pai e seus dois tios venderam a propriedade, e o que parecia ser uma loucura, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido!
Com a venda das terras, o pai da garota, com a parte dele, comprou uma casa em uma cidade maior. Nessa época, ela estava com 19 anos e trabalhava em uma boutique na cidade próxima ao terreno onde moravam.
A mudança para uma nova cidade, um novo clima, uma nova fase... No mundo físico, foi algo novo e que trazia uma chama de esperança para aquela família. Mas no mundo espiritual, uma guerra estava para ser travada.
Como eu disse, a família da menina não tinha um pleno conhecimento da verdade. Acreditavam em Deus, mas sabemos que não é o suficiente.
Certo dia, aproximadamente um mês depois da mudança de cidade, uma amiga da jovem (dos tempos de escola), que também estava morando nesta cidade a um pouco mais de tempo, fez um convite bastante ameaçador para o reino das trevas: convidou a moça para conhecer uma igreja. Ela não sabia, mas sua vida daria uma virada.

A menina hesitou um pouco, pois não gostava de ir a igrejas. Não se sentia bem. Mas algo já estava mudando esse seu conceito quando ela ainda trabalhava na boutique: uma colega de trabalho falava de Jesus para ela, de uma maneira que ela nunca tinha ouvido. Visitaram umas três igrejas diferentes, e ela já estava com o desejo de se converter. E o convite dessa amiga foi aceito!
No caminho para a nova igreja, ela tinha algumas dúvidas. Mas ao chegar lá, gostou muito do que viu e ouviu. Estava decidida a retornar. E não parou mais!
Desde então, ela começou a buscar por sua família. Só que não foi uma tarefa fácil.
Lembram-se de quando eu falei sobre um propósito, uma missão de Deus para ela?
Essa missão estava perto de ser cumprida: ela levaria a família para a presença do Senhor. Só ela sabe como seria uma tarefa difícil. Quase impossível.

O inimigo estava furioso. O fim de seu domínio sobre aquela família estava muito perto do fim. E depois de muitas lutas e barreiras, aquela jovem alcançou seu objetivo principal. Foram uns dois anos de perseverança, até que sua família finalmente se rendeu aos pés de Jesus!
Seu pai, que havia vivido anos no espiritismo, abandonou as crenças antigas e entregou a vida ao Salvador. E assim, a mãe e as duas irmãs também aceitaram Jesus.
Atualmente, todos são discípulos de uma igreja no bairro onde moram há três anos. Ainda enfrentam lutas, mas com sabedoria, discernimento e a presença de Deus, são uma família abençoada, cheia de sonhos e planos.
Hoje essa menina compreende sua história. Hoje ela sabe o porquê de um passado tão complicado. Não que ela concorde, mas ela compreende o porquê de tantas lutas. Hoje ela entende o quanto é amada por Deus. Ele a escolheu, e o diabo sabia disso desde o início.

Essa menina sou EU. Essa família é a MINHA.
E esse é um breve resumo da minha história.

Deus mudou a minha vida. Eu encontrei o Caminho da Salvação!

Ele pode mudar a sua também. Basta crer e perseverar!

"Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido." 
(Jó 42:2)

(Imagens ilustrativas)

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